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Mesa-redonda

Atenção, alunos do 3º Ano! Vamos aprofundar nossa relação com Machado de Assis?

Para a próxima aula, leiam os arquivos deste blog, escolham um para comentar.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Parnasianismo: a estética da "arte pela arte"!

Olá, meninos e meninas!

Como ficou definido por nós no primeiro dia de aula, pesquisamos, discutimos e analisamos textos realistas/naturalistas e poemas parnasianos!

Nossa avaliação contemplará tudo o que foi trabalhado nas nossas aulas. Para relembrar, vejamos as imagens abaixo que nos trazem muito do que foi o Parnasianismo: estética antirromântica que, muitas vezes, fechou-se na busca da perfeição formal. 










domingo, 20 de março de 2011

Celem e suas tradicionais "Jornadas de Conhecimento"

O Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães  estará promovendo, em julho, sua VII Jornada de Conhecimento - modalidade: workshop. Para este ano, o tema serão os grupos sociais estereotipados como minorias.

Em 2010, o projeto trouxe o tema "Educação, cidadania e ecosofia... vamos tecer essa rede? Foram três dias de muita diversão e construção de saberes. Dia 29 de setembro, deu-se a abertura no Ginásio de Esportes  do nosso Município com duas provas - "Dançando no CELEM" e "Homenagem ao nosso saudoso professor Lauro" -  que deveriam ser cumpridas por todas as equipes dos três turnos.

Foram momentos de alegria, solidariedade e posicionamento crítico. A maior repercussão do evento foi a prova Tecendo a rede da Educação, Cidadania, Ecosofia. Os componentes das equipes, através da doação de pessoas da comunidade, ajudaram algumas famílias proporcionando-lhes o que se chamou de "Lar doce lar".











domingo, 20 de fevereiro de 2011

Machado no contexto CELEM 2011!

Sem dúvida, esta é uma experiência única...

Nós temos conversado muito sobre Machado durante as nossas aulas.
Mas por que falar sobre o "Bruxo do Cosme velho" - O mestre da ironia e do pessimismo?


Vejamos o que nos diz o professor Basilio Losada, doutor em filosofia pela Universidade de Barcelona e catedrático de Literatura Galego-Portuguesa:

"Meu primeiro contato com a literatura brasileira foi um contato casual. Encontrei um livro, não de Machado de Assis, e sim de Jorge Amado, em um sebo de Barcelona. Naquela época, minha curiosidade se concentrava na literatura portuguesa. Encontrar um livro brasileiro foi uma aventura fascinante, descobri na realidade um mundo. Depois como editor, tive a possibilidade de editar livros de Jorge Amado, de Autran Dourado - cheguei tarde à leitura de Machado de Assis.
Através de um curso de doutorado na Universidade de Barcelona, quis fazer algo novo, algo que nunca se tivesse feito nessa Universidade, e li Machado de Assis. Descobri logo que muitas das coisas que eu admirava em Kafka ou em Dostoievski estavam já perfeitamente manifestadas na obra de Machado de Assis. Vale dizer, não era um escritor de seu tempo, ainda que fosse também um escritor de seu tempo - a sociedade do Rio no Império com seus conflitos substanciais -, mas havia algo muito mais profundo: descobrir o outro lado da realidade, descobrir a face oculta das coisas. E isto numa linguagem cheia de ironia e de ambigüidade, uma linguagem prudente, nada definidora, que rompia com o que era tradição no romance realista europeu.
No momento em que um editor amigo e meu companheiro na Universidade me propôs traduzir um livro de Machado de Assis, pensei que das grandes obras de Machado de Assis, da série de três esplêndidos romances, já havia numerosas edições traduzidas para o espanhol, edições argentinas. Então, procurei um livro que não estivesse no catálogo imediato que qualquer leitor espanhol poderia ter em mãos. E li Helena.
Maravilhou-me que neste romance está todo o romantismo, está o conflito de amores impossíveis ou aparentemente impossíveis, a vontade de transgressão, o descobrimento da liberdade. Algo que é essencial em Machado de Assis: a presença feminina dominante, com uma sensualidade extrema e livre. Como se essas mulheres dos relatos de Machado de Assis percebessem que a liberdade dos sentidos é também uma parte muito importante que tentam constantemente arrebatar-nos, mas é uma parte muito importante da liberdade do homem.
Li Helena apaixonadamente, esquecendo inclusive um pouco a trama, o centro da obra, que responde a uma formulação romântica, teórica, normal. Mas logo descobri ali muitas coisas, descobri isto: o lado oculto dos homens. Descobri que parece que Machado de Assis possuía um escalpelo, um bisturi para - por trás das atitudes do homem, das atitudes que exibimos, daquilo que nos serve para manifestarmos em sociedade, havia realidades mais ocultas, mais profundas, desassossegantes, inquietantes: mostrarmos a outra face do homem.
E ele o faz sem acentuar o magistério, faz simplesmente com um instrumento que é a ironia. Por exemplo, me surpreendia em Helena, quando se fala dos políticos, do mundo da política, observando também, do outro lado, quando alguém - agora não recordo quem é - disse que ele nunca poderá ser um oficiante da política, o que mais poderá chegar a ser é um sacristão da política.
Uma pavorosa história de amor, porém profundamente humana. Por debaixo da tensão romântica, tensão sempre um pouco artificial, há umas personagens reais, possivelmente umas personagens cuja visão do mundo tenha sido deformada através da literatura.
Assim, o que Machado de Assis sabe perfeitamente, é que por trás do que a sociedade nos fez ser, dos elementos que tivemos que construir, nós mesmos, para sermos apresentáveis na sociedade, há sempre uns tremendos abismos. Por isso, minha imagem de Machado de Assis está muito próxima do que extraí de minhas leituras de Dostoievski. Não é, como se julgava no seu tempo, um Anatole France, um narrador burguês, um narrador da vida social; é algo muito mais profundo, um explorador da vida oculta do homem.
Não sei se já se estudou todo o conteúdo pré-freudiano que existe na narrativa de Machado de Assis. Possivelmente, se eu agora tivesse 30 anos, possivelmente me decidiria a fazê-lo. Infelizmente, já não me resta tempo, não me resta vida para algo tão profundo e tão denso. Porém, algumas vezes, recomendei aos meus alunos: ler Machado de Assis. Não é um escritor provinciano, de uma província da literatura, quero dizer, é pai de uma literatura, e em certa medida, pai de um país que se encontrou a si mesmo analisando, lendo e analisando a obra de Machado de Assis, e descobrindo em seus poços escuros esses abismos inquietantes que existem sob a aparência de serenidade e de conformismo social."

Disponível em <http://www.academia.org.br/abl_minisites/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=73&sid=21&UserActiveTemplate=machadodeassis>

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

DISSIMULAÇÃO: teu nome é mulher?



Gosto particulamente do conto "Missa do galo". Há nele uma ambientação sensual através de uma mulher que nos chega pela voz de um rapaz de 17 anos.

"NUNCA PUDE entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos,
contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal."
 Assim, o narrador-personagem nos introduz na narrativa que, a princípio, nos seduz pela aparente força de uma mulher reprimida e enclausurada num casamento convencional. Seu poder de sedução, no entanto, está nas páginas antológicas da literatura brasileira:

"Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio
acordar-me da leitura. Eram uns passos no corredor que ia da sala de visitas à de jantar; levantei a cabeça; logo depois vi assomar à porta da sala o vulto de Conceição.
— Ainda não foi? perguntou ela.
— Não fui, parece que ainda não é meia-noite.
— Que paciência!
Conceição entrou na sala, arrastando as chinelinhas da alcova. Vestia um roupão branco, mal apanhado na cintura. Sendo magra, tinha um ar de visão romântica..."

"Conceição ouvia-me com a cabeça reclinada no espaldar, enfiando os olhos por entre as pálpebras meio-cerradas, sem os tirar de mim. De vez em quando passava a língua pelos beiços, para umedecê-los. Quando acabei de falar, não me disse nada; ficamos assim alguns segundos. Em seguida, vi-a endireitar a cabeça, cruzar os dedos e sobre eles pousar o queixo, tendo os cotovelos nos braços da cadeira, tudo sem desviar de mim os grandes olhos espertos."
"Havia também umas pausas. Duas outras vezes, pareceu-me que a via dormir; mas os olhos, cerrados por um instante, abriam-se logo sem sono nem fadiga, como se ela os houvesse fechado para ver melhor. Uma dessas vezes creio que deu por mim embebido na sua  pessoa, e lembra-me que os tornou a fechar, não sei se apressada ou vagarosamente. Há impressões dessa noite, que me aparecem truncadas ou confusas. Contradigo-me, atrapalho-me. Uma das que ainda tenho frescas é que em certa ocasião, ela, que era apenas simpática, ficou linda, ficou lindíssima. Estava de pé, os braços cruzados; eu, em respeito a ela, quis levantar-me; não consentiu, pôs uma das mãos no meu ombro, e obrigou-me a estar sentado. Cuidei que ia dizer alguma cousa; mas estremeceu, como se tivesse um arrepio de frio voltou as costas e foi sentar-se na cadeira, onde me achara lendo."
 Mas passado o deleite dessa figura feminina que talvez - porque o "Bruxo" é o mestre da ambiguidade - busque naquele momento uma lembrança que dê sentido a sua vida formalizável, começamos a pensar que, "quase sempre quando falamos sobre o outro, falamos contra o outro".

Quem é essa mulher na ótica machadiana que nos chega por  uma figura masculina por quem,  sub-repticiamente, insinua ter sido seduzido. Ela tem um poder que não é capaz, contudo, de minar os alicerces de uma sociedade machista, patronalista e preconceituosa. Nesse jogo, teria ela -  teríamos nós -  o desejo recôndito de nos sentir desejadas, admiradas? Ou simplesmente estamos reproduzindo a velha fórmula bíblica: pecado, teu nome é mulher!

Vamos desconfiar desse narrador?

Venha discutir conosco enquanto esperamos a próxima "Missa do galo"!!!!!!

sábado, 1 de janeiro de 2011

PROJETO: CELEBRANDO O UNIVERSO LITERÁRIO DE MACHADO DE ASSIS





 
CELEBRANDO O UNIVERSO LITERÁRIO DE MACHADO DE ASSIS



PROBLEMA

Já se tornou um lugar-comum a repetição de que os nossos alunos não lêem. Essa constatação está muito presente no universo do CELEM. Esquecemo-nos de questionar, no entanto, por que isso acontece. Talvez, uma das causas seja o fato de nós, seus professores, não lermos também e, por isso, não lhes incentivamos esse hábito.
Por um lado, é preciso ter clareza, todavia, que a resposta a essa problemática não é tão simplista assim. É preciso inseri-la no contexto da escola pública no Brasil cujos professores têm que dar conta, entre outras questões, de uma carga horária estafante, número elevado de alunos por turma e exíguos salários.
Por outro lado, é preciso indagar sobre o papel da família no incentivo a essa prática. Muitas vezes, porém, ou não reconhecem sua importância, talvez por serem analfabetas, ou  simplesmente se omitem ao seu papel de orientadora.
Mas, esses argumentos também, por si só, não explicam, pois independente, das instituições formadoras, somos cercados e tragados quase sempre pela sociedade da imagem veiculada nas várias mídias.
Não devíamos, mas nos acostumamos com essa realidade. Não nos sentimos indignados com a recente divulgação do ranking do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos promovido pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) que coloca o Brasil na 52ª posição no total de 57 países pesquisados.

PÚBLICO-ALVO

            Todos os alunos do Ensino Médio/ Formação Geral e também os alunos das Áreas I e II da Aceleração III do Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães.


JUSTIFICATIVA

A leitura é condição “sine qua non” para a inserção do aluno nos inúmeros contextos da sociedade da informação e do conhecimento. Assim, 2008 nos apresenta uma possibilidade e um pretexto para o ato de ler.
Há 100 anos, morria, para muitos, o maior escritor brasileiro de todos os tempos: Machado de Assis. Ainda que lhe neguemos esse título de caráter extremamente subjetivo, havemos sempre de concordar que, somente com ele, nossa literatura amadureceu, projetando-se no cenário internacional no mesmo patamar de autores como Shakespeare, D. H. Lawrence, James Joyce, Virginia Woolf e Dostoiévski, por exemplo.
Nossa intenção, todavia, é aproximá-lo do contexto social no qual vivemos, numa tentativa de atualizar sua percepção da realidade social, pois, independente do tempo ou do lugar em que estejamos, suas personagens e tramas sempre falarão ao espírito humano para mostrar e nos lembrar da nossa condição.    

OBJETIVO GERAL
            Incentivar a leitura da obra machadiana.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
·         Proporcionar espaços de leitura e audição de textos de Machado de Assis;
·         Percepção de diferentes visões de mundo pela ótica das personagens machadianas;
·         Compreensão e reconhecimento da linguagem machadiana presente em seus contos e romances;
·         Socialização dos trabalhos produzidos pelos alunos durante o período de execução desse projeto.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Ø  Pesquisa sobre a vida e a obra de Machado de Assis;
Ø  Leitura comentada dos contos “A causa secreta”, “A Cartomante”, “Uns braços”, “O enfermeiro”, “O espelho – esboço de uma nova teoria da alma humana”, “O Alienista” e “Missa do galo”;
Ø  Estudo de alguns capítulos do livro “Memórias póstumas de Brás Cubas”;
Ø  Estudo da produção poética de Machado;
Ø  Leitura da obra “Helena”, “Dom Casmurro” e “Quincas Borba”;
Ø  Construção de painéis;
Ø  Divulgação do centenário de Machado de Assis nas rádios “Tucano FM” e “Cruzeiro”;
Ø  Produção de texto publicitário com o tema: Leia Machado de Assis.




CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PRODUTO FINAL
DATA
OBJETIVO(S) ESPECÍFICO(S)
PROCEDIMENTOS









30/09
(programação por turno)        
1. Socialização da proposta.






2. Sistematização de fatos sobre a vida de Machado de Assis.







3. Divulgação da obra machadiana
Visitação aos painéis construídos pelos alunos (apresentação da biografia, poesias, e cronograma das obras).

Abertura oficial do evento.

Apresentação teatral sobre a vida de Machado de Assis.
Sessão de poesias
Apresentação do conto “A causa secreta”
Mesa-redonda com o tema: “importância da leitura de Machado para a minha vida”.
Sessão de poesias
Apresentação do conto “A Cartomante” e do romance “Helena”.
Mensagem final








01/10
(programação por turno)        

1. Produção do gênero textual “propaganda”.


2. Desenvolvimento da linguagem oral.


3. Divulgação da obra machadiana
Abertura oficial.

Apresentação teatral da obra  “Dom Casmurro”.
Divulgação do jogral em cordel.
Apresentação do conto “O enfermeiro”
Apresentação de texto publicitário.
Apresentação teatral das obras “O Alienista e “Quincas Borba”.
Mensagem final

Em 2008, o Colégio Luís Eduardo Magalhães, Tucano/BA, prestou uma grande homenagem ao "Bruxo" com o Projeto:

http://www.academia.org.br/

Por que celebar Machado de Assis?

A um bruxo, com amor

Em certa casa da Rua Cosme Velho
(que se abre no vazio)
venho visitar-te; e me recebes
na sala trajestada com simplicidade
onde pensamentos idos e vividos
perdem o amarelo
de novo interrogando o céu e a noite.

Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro.
Daí esse cansaço nos gestos e, filtrada,
uma luz que não vem de parte alguma
pois todos os castiçais
estão apagados.

Contas a meia voz
maneiras de amar e de compor os ministérios
e deitá-los abaixo, entre malinas
e bruxelas.
Conheces a fundo
a geologia moral dos Lobo Neves
e essa espécie de olhos derramados
que não foram feitos para ciumentos.

E ficas mirando o ratinho meio cadáver
com a polida, minuciosa curiosidade
de quem saboreia por tabela
o prazer de Fortunato, vivisseccionista amador.
Olhas para a guerra, o murro, a facada
como para uma simples quebra da monotonia universal
e tens no rosto antigo
uma expressão a que não acho nome certo
(das sensações do mundo a mais sutil):
volúpia do aborrecimento?
ou, grande lascivo, do nada?

O vento que rola do Silvestre leva o diálogo,
e o mesmo som do relógio, lento, igual e seco,
tal um pigarro que parece vir do tempo da Stoltz e do gabinete Paraná,
mostra que os homens morreram.
A terra está nua deles.
Contudo, em longe recanto,
a ramagem começa a sussurar alguma coisa
que não se estende logo
a parece a canção das manhãs novas.
Bem a distingo, ronda clara:
É Flora,
com olhos dotados de um mover particular
ente mavioso e pensativo;
Marcela, a rir com expressão cândida (e outra coisa);
Virgília,
cujos olhos dão a sensação singular de luz úmida;
Mariana, que os tem redondos e namorados;
e Sancha, de olhos intimativos;
e os grandes, de Capitu, abertos como a vaga do mar lá fora,
o mar que fala a mesma linguagem
obscura e nova de D. Severina
e das chinelinhas de alcova de Conceição.
A todas decifrastes íris e braços
e delas disseste a razão última e refolhada
moça, flor mulher flor
canção de mulher nova...
E ao pé dessa música dissimulas (ou insinuas, quem sabe)
o turvo grunhir dos porcos, troça concentrada e filosófica
entre loucos que riem de ser loucos
e os que vão à Rua da Misericórdia e não a encontram.
O eflúvio da manhã,
quem o pede ao crepúsculo da tarde?
Uma presença, o clarineta,
vai pé ante pé procurar o remédio,
mas haverá remédio para existir
senão existir?
E, para os dias mais ásperos, além
da cocaína moral dos bons livros?
Que crime cometemos além de viver
e porventura o de amar
não se sabe a quem, mas amar?

Todos os cemitérios se parecem,
e não pousas em nenhum deles, mas onde a dúvida
apalpa o mármore da verdade, a descobrir
a fenda necessária;
onde o diabo joga dama com o destino,
estás sempre aí, bruxo alusivo e zombeteiro,
que resolves em mim tantos enigmas.

Um som remoto e brando
rompe em meio a embriões e ruínas,
eternas exéquias e aleluias eternas,
e chega ao despistamento de teu pencenê.
O estribeiro Oblivion
bate à porta e chama ao espetáculo
promovido para divertir o planeta Saturno.
Dás volta à chave,
envolves-te na capa,
e qual novo Ariel, sem mais resposta,
sais pela janela, dissolves-te no ar.
 (Carlos Drummond de Andrade)

Qual a importância de Machado de Assis para a literatura brasileira?


A leitura é condição “sine qua non” para a inserção do aluno nos inúmeros contextos da sociedade da informação e do conhecimento. Esse blog nos apresenta uma possibilidade e um pretexto para o ato de ler. Ler Machado...
Há mais de 100 anos, morria, para muitos, o maior escritor brasileiro de todos os tempos: Machado de Assis. Ainda que lhe neguemos esse título de caráter extremamente subjetivo, havemos sempre de concordar que, somente com ele, nossa literatura amadureceu, projetando-se no cenário internacional no mesmo patamar de autores como Shakespeare, D. H. Lawrence, James Joyce, Virginia Woolf e Dostoiévski, por exemplo.
Nossa intenção, todavia, é aproximá-lo do contexto social no qual vivemos, numa tentativa de atualizar sua percepção da realidade social, pois, independente do tempo ou do lugar em que estejamos, suas personagens e tramas sempre falarão ao espírito humano para mostrar e nos lembrar da nossa condição.